Contêineres migram do Porto de Santos para outros estados após boatos de “colapso”
Há três semanas, uma forte declaração por parte de uma das maiores empresas de navegação do mundo em relação ao Porto de Santos foi feita, alegando que o mesmo entrou em “colapso”. Entretanto, a Autoridade Portuária de Santos (APS) negou a acusação, informando que o porto segue quebrando recordes de movimentação.
Apesar da negativa, o aumento na movimentação de outros portos do país, como o do Rio de Janeiro, que estão recebendo grandes navios conteineiros que antes tinham como destino certo o Porto de Santos, causa dúvidas.
Enquanto isso, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou uma operação emergencial da Portocel, terminal de cargas no Espírito Santo, para receber contêineres pelos próximos 90 dias, além de determinar que a empresa solicite uma mudança de forma definitiva para atender o novo perfil de cargas gerais.
A maior reclamação sobre o Porto de Santos vem, principalmente, do setor da exportação de café. Segundo o Boletim Detention Zero, desenvolvido em parceria com o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o índice de atrasos e alterações de escalas de navios com cargas de café chegou a 80% em abril deste ano.
Já os produtores de algodão optaram por montar uma nova logística, utilizando três portos diferentes pelo país, fugindo de Santos, em busca de exportar uma produção maior prevista para todo o ano de 2024, de acordo com informações da Agência iNFRA.
O tempo médio para aportar no Porto de Santos é de 20 horas, sendo o dobro do período dos últimos anos. Isso impacta os exportadores brasileiros, que enfrentam desafios logísticos, atrasos de navios, além da falta de espaço no porto santista.
Outra reclamação por parte dos setores de exportação é o escasso tempo de abertura de gates. Em abril, apenas 11% dos procedimentos de embarque eram superiores a quatro dias, enquanto 63% contavam com prazo entre três e quatro dias e 26%, menos de dois dias.
Além disso, cerca de 42 navios não tiveram abertura de gate no terminal santista em abril, gerando custos adicionais elevados para os exportadores.
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